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“Não possuo nem prata nem ouro, o que tenho, isso te dou...” – At 3.6

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O que se passava pela cabeça daquele coxo? Sem esperança! Sem Jesus! Imagino seu descontentamento e até frustração ao ser colocado à porta formosa do Templo. O médico dos médicos, Jesus, havia estado ali poucos dias atrás. O tão comentado Rabi da Galiléia, que fora batizado pelo profeta João Batista em Betábara, no rio Jordão. Era, ainda, bem recente o grande acontecimento: multidões receberam Jesus em Jerusalém como o Rei Messias esperado.

No  caminho para Jerusalém Ele havia curado várias pessoas incluindo aqueles dois cegos em Jericó de uma só vez. Também era notícia o que Ele já vinha fazendo nos últimos dois anos, havia andado sobre as águas numa ocasião, e em outra havia acalmado uma grande tempestade no mar da Galiléia. Multiplicou pães e peixes pelo menos duas vezes para alimentar grandes multidões que o seguiam. Até entre os romanos havia o comentário de que Ele havia curado o servo de um certo centurião em Cafarnaum e na mesma cidade curou várias pessoas, incluindo uma mulher que há 12 anos sofria muito com uma hemorragia e ainda, para espanto de todos, ressuscitou a filha de Jairo, o chefe da sinagoga.

Quando Jesus esteve em Gadara, uma outra cidade da Galiléia, libertou dois homens terrivelmente endemoninhados que andavam como loucos pelos sepulcros, testemunhas dizem que os espíritos malignos após os deixarem entraram numa manada de porcos que, com tamanha fúria,  despencaram de um penhasco e se afogaram no mar. Houve grande assombro naqueles arredores e o fato se espalhou como fogo em palha seca.

Entretanto, a notícia que mais lhe interessara foi a cura de um paralítico também em Cafarnaum, cidade em que o Rabi morava. Na ocasião também, segundo testemunhas oculares, havia perdoado até os pecados daquele homem, o que provocou não pouco descontentamento entre os religiosos. Dizem que foi a partir de então que pensaram em matá-lo.

Recentemente, o Rabi, estando em Jerusalém havia purificado o templo afastando inescrupulosos vendedores e cambistas e, ali mesmo, a poucos metros da porta formosa, curou muitos enfermos.  Isso provocou ainda mais a estima do povo, porém, aguçou o ódio dos “senhores” do sistema religioso. Parece que foi a gota d’água num copo que já estava quase transbordando. Foi muito rápido, dizem que houve um “acordo” e um dos seus o traiu, um dos doze mais chegados, naquela mesma semana, na ante-véspera da páscoa o entregou. A prisão foi feita pelos próprios soldados do templo, e, o sumo-sacerdote, após um julgamento realizado estranhamente durante a noite, o entregou aos romanos para ser torturado e açoitado. Não satisfeitos, incitaram as multidões contra Ele. Foi assim que o governador foi obrigado a condená-lo a morte. O profeta, que fora recebido como Rei Messias foi crucificado. Um tratamento brutal, bem incomum, foi cruelmente perpetrado ao famoso Rabi da Galiléia.  Foi assim que tudo acabou!

Agora lá estava o coxo na porta formosa do templo, pensando em tudo isso enquanto pedia esmolas. O coxo agora se via sem esperança, afinal, aquele que poderia por fim a seu sofrimento estava morto, apesar dos boatos de que Ele havia ressuscitado.  Mas foi naquele dia próximo a hora nona que aquele homem, perplexo, pôde de repente ouvir: “Em nome de Jesus Cristo, levanta e anda!”. Foi alcançado pela Graça e agora podia certificar-se de que a notícia que se espalhara por Jerusalém era autêntica. Jesus Ressuscitou e está vivo e sua presença é marcante até na vida dos seus discípulos.

Sim, Jesus está vivo! Ele ressuscitou! Mas será que sua presença é marcante em nossas vidas?

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Alcançados pela Graça

C. F. Henriques

SEM PRATA E SEM OURO , MAS NÃO SEM JESUS

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