A igreja imperial - Parte II
No texto anterior vimos o cristianismo ser elevado a religião oficial do Império Romano sob a intervenção direta de Constantino e os desdobramentos que essa decisão causara na liturgia da igreja. Após constatar a fragilidade da posição geográfica e também pela grande influência pagã, Constantino decide que é o momento de mudar a capital do império a fim de eliminar os laços com a tradição e elencar uma capital sob os auspícios da nova religião.
O local escolhido foi Bizâncio, Constantino estabeleceu a capital e planejou a construção da grande cidade mundialmente conhecida durante muitos anos por Constantinopla, a cidade de Constantino, hoje Istambul.
Mesmo com perfeita harmonia entre a igreja é o Estado, não demorou para que houvesse uma divisão no Império, suas fronteiras eram muito extensas e várias invasões ocorreram. O Império do Oriente era denominado grego, enquanto o Império do Ocidente era chamado de latino em função do idioma que predominava e prevalecia em cada um deles, isso foi o presságio da futura divisão da igreja.
Constantino era tolerante, hora por motivos políticos e também por sua postura cristã, conservou alguns títulos pagãos do Operador, como o de "Pontifex Maximus" que quer dizer sumo pontífice, título atribuído até os dias de hoje aos papas contemporâneos. Contudo, seus sucessores não se portaram de igual modo em relação às tolerância, isso ocasionou alguns problemas doutrinários e o surgimento de algumas heresias que abordaremos a partir de agora.
Surge o Arianismo, controvérsia que apareceu por causa da doutrina da trindade em relação ao Pai e ao Filho. Ário, presbítero de Alexandria, defendia que era superior a natureza humana, porém era inferior a Deus, não aceitava a existência eterna de Cristo e alegava que Ele teve início, ou seja, também for criado. Este conflito foi resolvido quando no concílio de Nicéia, Atanásio o refuta e com a Maioria do concílio consegue condenar as doutrinas de Ário.
O Pelagianismo também surge como outra controvérsia, desta vez afirma que o homem não herdara as tendências pecaminosas de Adão, mas nós fazemos nossa alma faz sua própria escolha seja para levar ou para viver retamente. Contra essa ideia surgiu o maior expoente intelectual do cristianismo, depois do Apóstolo Paulo, Agostinho. Sustenta que em Adão, todos pecamos e somos considerados culpados e que o homem , sem influência do Espírito Santo não é capaz de escolher seu salvo.
Concluindo, temos o nascimento do monasticismo, movimento que alcança imensa proporção na Idade Média. Embora não houvesse monges e nem freiras na igreja primitiva, esta prática ganha força no período imperial. Com o crescimento e expansão do cristianismo, o mundanismo penetrou na igreja e fez prevalecer seus costumes. O precursor deste movimento foi Antão em 320, um asceta, que viveu em uma caverna no Egito por muitos anos, sua pureza e simplicidade de caráter eram notáveis. Mais tarde a igreja também adotou esta forma de vida para enfatizar sua santidade e diferenciação das outras religiões.
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Na próxima semana o desenvolvimento do poder da igreja de Roma e a queda do Império Ocidental.
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Ao Eterno toda Glória.
Pr. Fabio Lima.