A REFORMA NA ALEMANHA, ECOS DE UM GRITO
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Não podemos negar que embora a Reforma tivesse sido fortalecida com o pensamento renascentista, o principal nome da Reforma na Alemanha foi indubitavelmente Martinho Lutero. No entanto, precisamos elencar que não foi apenas na área religiosa que a reforma ganha proeminência, questões econômicas e administrativas também começaram a arder não apenas na Alemanha, mas em toda a Europa.
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Em outubro de 1517, Martinho Lutero afixou 95 teses em latim na porta da igreja de Winttenberg, a maior parte delas relacionadas a venda das indulgências. Suas argumentações eram divergentes às atitudes da Igreja. Lutero, que era professor de teologia e sacerdote, em visita a Roma, se impressiona com todo luxo e riqueza da igreja em detrimento a sua fragilidade e pequenez quanto aos princípios fundamentais da fé abalizados nas sagradas escrituras. O pontificado desta época era de Leão X, este, com a necessidade de angariar fundos para concluir a Basílica de São Pedro, envia John Tetzel que percorrendo a Alemanha vende bulas assinadas pelo papa cujo conteúdo afirmava conceder perdão de todos os pecados aos que a adquirissem, assim como, aos amigos mortos ou vivos em cujo nome as bulas fossem compradas, desta forma, nem mesmo a confissão se fazia necessária tão pouco a absolvição pelo sacerdote. É de Tetzel a conhecida frase: “Tão logo vosso dinheiro caia no gazofilácio, a alma de vossos amigos subirá do purgatório para o céu”.
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Outro acontecimento marcante foi a excomunhão de Lutero por meio de uma bula do papa Leão X em junho de 1520. Frederico da Saxônia foi o responsável de repassar a Lutero e sua ordem era de julgá-lo e condená-lo, contudo, não foi o que aconteceu, pois Frederico era simpático aos ideais de Martinho Lutero. Ao receber a bula papal com a excomunhão, Lutero a classificou como a “bula execrável do anticristo”, suscitando maior ira nos lideres da igreja e por fim, no dia 10de dezembro, mais uma vês às portas de Wittenberg, queima a bula na presença de professores, alunos e todo o povo que o assistia.
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Lutero ainda enfrentaria mais uma grande batalha, desta vez, o reformador é intimado a comparecer perante uma assembléia que recebera o nome de Dieta de Worms, em 17 de abril de 1521, ele comparece sob a segurança de um salvo-conduto concedido pelo imperador Carlos V, porém, reafirma sua tese e se recusa na retratação afirmando que só o faria caso fosse desaprovado pelas Sagradas Escrituras. Liberado deste concílio, retorna para sua cidade, quando é surpreendido por soldados do eleitor Frederico que o conduz para o castelo de Wartburg, onde permanece em segurança e disfarçado por um ano, neste período, traduz o Novo Testamento para o alemão e anos mais tarde o Antigo Testamento também foi completado.
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Outros concílios aconteceram e em 1529 na Dieta de Espira os lideres católicos reafirmaram a discordância quanto às doutrinas luteranas proibindo que países católicos o aceitassem e até mesmo permitissem sua divulgação, em contra partida, os príncipes Luteranos protestaram contra esta lei considerada desequilibrada e odiosa da igreja Romana, desde então, ficaram conhecidos como protestantes e as doutrinas que defendiam se tornaram a religião dos protestantes. Nome usado até hoje pelos remanescentes do movimento reformador.
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Na próxima semana já estaremos no mês da Reforma, sendo assim, abordaremos os principais fundamentos da fé segundo os reformadores. Continue conosco.
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Ao Eterno toda a Glória
Pr. Fabio Lima