AS CRUZADAS E SEUS FRACASSOS
Os relatos históricos nos contam que após a primeira cruzada, muitas outras ocorreram, contudo, apenas sete merecem nossa atenção neste momento. Da segunda a sétima cruzada várias reviravoltas ocorreram entre os cristãos e seus oponentes para se manter no poder sob o trono de Jerusalém, bárbaros, mulçumanos, sarracenos, selêucidas entre outros. Muitos foram os motivos causadores de fracassos nestas cruzadas, o maior deles a busca implacável pelo poder.
Poderíamos elencar inúmeras destas causas, todavia, abordaremos apenas algumas que entendemos ser mais relevantes e preponderantes para uma comparação com nossa religiosidade hodierna e eclesiástica. Primeiro notamos que os diversos reis, príncipes e imperadores que chefiavam as cruzadas estavam em eminente desacordo, buscavam individualmente seus próprios interesses e não a causa em comum. Nota-se a inveja por não aceitarem que outro líder pudesse ostentar um feito mais proeminente, verdadeiramente rivalizavam entre si, em virtude disto as derrotas eram constantes em face a poucos momentos de glória ou domínio de Jerusalém, objetivo primordial das cruzadas.
Sobretudo, a falta de um especialista ou de estadista, como relata Jesse Lyman em sua obra sobre a História da igreja Cristã, foi a maior causa do fracasso das cruzadas. De fato, dominar um território vasto e disputado precisaria de uma estratégia bem definida e uma logística consistente, o que não ocorreu. Um imediatismo insano permeou a mente da liderança cruzadista e isso se caracterizou com uma escravização constante do povo palestino que em detrimento à liberdade prometida eram forçados a construir fortalezas, castelos, palácios que serviriam de status a seus respectivos dominadores, enfim, apenas mais uma das características do tipo da liderança eclesiástica do romanismo medieval que insistia em manter sua hegemonia, ainda que afastada dos parâmetros Sacros do autêntico cristianismo, uma igreja corrompida defendida por lideres corrompidos.
Humildemente peço vênia, permissão, licença para uma contextualização breve, pois, julgo pertinente. Como nosso objetivo é chegar às causas que levaram a Reforma Protestante do século XVI, o que percebemos hoje é algo muito próximo
à essa busca de “espaço”, “poder” ou ainda “autoridade” de lideres que impõem sua influência a cristãos da modernidade que, pensando em um cristianismo flexível, se permitem vendar os olhos a contemplarem as verdades das Sagradas Escrituras. Que sejamos nos dias atuais verdadeiros arautos do Eterno a declarar guerra a tudo quanto se mostra contrário aos ensinos de nosso mestre, Jesus.
Mas, nem tudo se perdeu quanto às Cruzadas, na próxima semana concluiremos com alguns aspectos positivos deste movimento. Espero vocês.
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Ao Eterno toda Glória
Pr. Fabio Lima