A SEPARAÇÃO DA IGREJA
Durante séculos as relações entre os papas e os patriarcas se mantiveram mediante a intensos embates doutrinários e dogmáticos, porém, foi apenas no século XI, especificamente no ano de 1054, que um mensageiro do papa entregou na igreja de Santa Sofia,em Constantinopla, um decreto de excomunhão ao líder desta igreja. A resposta do patriarca foi mediata, de igual forma, este expediu também um decreto de excomunhão não só ao papa da igreja em Roma, mas extensivo a todas as igrejas que se mantinham sob a sua submissão.
Vários motivos forma apresentados para justificar essa cisão, contudo, analisaremos os que consideramos mais relevantes para este momento. A mais ríspida das divergências doutrinárias envolve a procedência do Espírito Santo. Para os latinos, ou seja, os romanos, o Espírito Santo procede conjuntamente do Pai e do Filho e a esta doutrina deram o nome de Filioque. Já os gregos entendiam que o Espírito santo procede apenas do Pai minimizando a influencia do Filho.
Outra grande divergência foi questão das cerimônias, os usos e costumes eram diferentes e logo, alguns destes se tornaram Lei. Como exemplo podemos citar a questão do casamento, enquanto a igreja ocidental proibia a igreja oriental o permitia e o sancionou. Na igreja ocidental a adoração às imagens é praticada a mais de mil anos, enquanto nas igrejas gregas não se utiliza quaisquer imagens, muito menos a aceitação por sua adoração.
De fato todas estas causas também motivaram a fermentaram a divisão da igreja, mas inegavelmente o fato preponderante para separação foi a contínua reclamação de Roma, esta defendia a posição de ser a igreja dominante e insistia em proclamar o Papa Romano como “o bispo universal”. Em Roma vimos a igreja dominando o Estado, enquanto que em Constantinopla a igreja permanecia submissa ao Estado. Assim sendo, a separação era inevitável.
Concluindo nosso texto de hoje, vimos que as questões de autoridade e poder rodeiam a igreja desde os tempos antigos e lamentavelmente ainda persistem em alguns segmentos evangélicos na atualidade. Que possamos, dia após dia, reconhecer que a autoridade da igreja esta nas mãos de seu único Senhor por excelência, Jesus Cristo e que nossa regra de fé e prática jamais seja desvinculada das Sagradas Escrituras, elas retratam, representam e são inegavelmente a voz do Eterno a Seu povo.
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Chegamos à era das cruzadas, mas apenas na próxima semana. Continue conosco.
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Ao Eterno toda Glória
Pr. Fabio Lima