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Uma Igreja Capacitada por meio da Pregação do Evangelho
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Michael Goheen, em seu livro “A Igreja Missional na Bíblia”, com muita eficiência expõe em seu texto um dos elementos, senão o principal, que instrumentalizam a igreja para sua missionalidade, isto é, a pregação do evangelho. 

Já venho a algum tempo pontuando esta necessidade em meus livros e artigos. Outros autores como John Stott, René Padilla, Hernandes Dias Lopes, Tim Keller, também fazem coro com Goheen. A principal ferramenta e o principal instrumento que conduz a igreja a missionalidade é a pregação das boas novas. 

Para Goheen, a pregação deve ser um elemento do culto: isto significa que não podemos abrir mão da pregação em nossas celebrações. Também, o pastor ou pregador deve ser alguém extremamente concentrado na pregação e na oração: a pregação, então, exige dois elementos inegociáveis que são conhecimento, mas, também, paixão. É por ela que a igreja é alimentada e capacitada a cumprir a sua missão. Goheen argumenta que se não pregarmos com legitimidade, corremos o perigo de ficarmos refém de diversas correntes idólatras da cultura.

A pregação, para Goheen, deve cumprir, pelo menos, três propósitos: ser narrativa, isto é, proclamar a todos a verdadeira história em desenvolvimento do mundo em contrataste, muitas vezes, com a história secular como anunciada. A história narrada pela pregação do evangelho nos oferece o verdadeiro sentido de vida. Goheen, argumenta: “tanto a pessoal como a pública”. Eu tenho afirmado, que vivemos um tempo onde as pessoas querem viver a sua espiritualidade reclusa, particular. Devemos fugir deste dualismo maniqueísta terrível que quer dividir o indivisível e separar o inseparável, isto é corpo e alma. Somos inteiros e nossa espiritualidade narrada nos evangelhos deve ser vivida de forma encarnada, como reitero em meu livro Fé Encarnada: por uma espiritualidade genuinamente integral. 

Ainda, a pregação deve ser, segundo Goheen, centrada em Jesus Cristo. É verdade que as Escrituras do Antigo Testamento retratam Deus equipando um povo para uma missão. Depois o próprio Jesus encarna esta missão de forma plena. Ele é o próprio Deus que sentindo as fragilidades, a vulnerabilidade e o pecado humano, resolve encarnar-se em nossa vida, em nossa cultura, para trazer-nos redenção. Os apóstolos, também, continuam neste norte de proclamar (querigma) a salvação por intermédio, exclusivamente, de Cristo. 

Uma pregação que é narrativa, que tem como centro Cristo, que tem como alvo a proclamação das boas novas, de forma total e completa, é sem dúvidas, missional.

Então, pregar a Cristo, tem 3 implicações: 


1 - Em qualquer parte da Bíblia nossa pregação deve ser orientada para Cristo e a partir dele;
2 - A mensagem que eleva a Cristo é o poder de Deus para salvação daquele que crê; e (Rm 1.16; 1Co 1.18,24; 2.4); e
3 – A abrangência da mensagem do evangelho, apresentando Jesus como ele realmente é, não apenas um salvador pessoal, mas, o Criador, Senhor da História, redentor de todas as coisas e Juiz supremo. 

Concluindo, Goheen, salienta que a pregação que apresenta o evangelho de poder de Cristo, não é apenas uma mensagem religiosa, ética ou teológica da vida privada; não trata apenas da salvação futura; ela é a responsável por conduzir as pessoas a um encontro radical com Cristo com a finalidade de serem salvas e equipadas para a missão. 

Por isso ao citar um romance, Goheen, conta a história de um pastor luterano que repreende um sacerdote episcopal dizendo sobre a pregação o seguinte: “Quando na manhã de domingo, então, aparecemos diante deles, precisamos subir ao púlpito não desgastados de tristeza, mas cheios de Cristo, aquecidos – cerrando os punhos peludos – com Cristo, em chamas: e queimá-los com a força da nossa fé.”

Deus nos ajude!
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Deus nos ajude! 
Pr. Valtenci Oliveira

REFLEXÕES DE UM PASTOR - PARTE XIII

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