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“... Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto.” (Jo 12.24)
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Quando penso no chamado do Evangelho, me vem à mente figuras emblemáticas que traduzem este chamado de forma arquetípica, poetizada e simbolizada. Figuras estas que nos possibilitam entender melhor o significado das verdades que cada uma carrega. Quão quanto, por um lado, o chamado do Evangelho seja um chamado para a vida eterna, portanto, um chamado a vida; na existência, no caminhar diário com Deus, este chamado é para a morte. Isto porque, a experiência de conversão implica em morte de uma velha natureza para o nascimento de uma nova criatura que, coletivamente, produz uma igreja autentica. Destes emblemas que traduzem o chamado do Evangelho para o morrer diário, desejo valer-me de três.
Nosso chamado é para sermos sal da terra. Este emblema é usado por Jesus em Mt 5.13 significando que nosso chamado no Evangelho é para a morte das aparências. Num mundo dos holofotes e da super valorização das aparências, somos chamados a dissolvermo-nos na terra em que habitamos e temperarmos o lugar em que vivemos. Ou seja: sal só tempera quando desaparece e se dissolve no alimento. Enquanto sal no saleiro, portanto visível, não tempera nada. Só se salga quando se dissolve. Este é o nosso chamado no Evangelho como igreja autentica: diluição do estereótipo do ser.
Nosso chamado é para sermos semente na terra. O texto supracitado afirma que uma semente não produz se, caindo na terra, não morrer. Para produzir precisa morrer. Isto fala da morte do ser, do si mesmo, da essência adâmica que existe em nós. Para que aja vida é preciso que aja morte. Cristo nos deu vida pela sua morte vicária. Este é o chamado para quem deseja frutificar no caminho. Estaríamos dispostos a morrer por uma causa? Ou, ainda, pela causa das causas: o Evangelho.
Nosso chamado é para sermos sacrifícios vivos. Este é o apelo de Paulo aos Romanos no capítulo 12. De acordo com o contexto, a morte proposta é da vontade e dos desejos humanos para submissão a vontade de Deus. A não conformidade com este século é um processo de morte dos desejos, aptidões e seduções deste tempo presente. Este é o nosso chamado no Evangelho: submissão completa a vontade de Deus. Entrega total aos propósitos divinos. É isto que gera a autenticidade da comunidade chamada igreja.
Não sei o quanto se sente chamado por Deus. Ou, o quanto se encherga igreja autentica. Mas, se esta é a sua convicção, saiba: este chamado não é para aparecer, nem para manutenção de seu ego, tão pouco para vitalizar sua vontade e desejos, mas para um morrer contínuo e diário que redundará em vida eterna em Cristo Jesus. Este é o chamado do Evangelho.
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Nele, em quem sou e a quem sirvo!
Pr. Adriano Moreira
OS CHAMADOS PARA MORRER
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