“JESUS E (É) A PALAVRA”
“No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus” (Jo 1.1)
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Como iniciamos na semana passada a série de reflexões sob a temática: Jesus a Chave Hermeneutica das Escrituras, onde abordaremos como Jesus interpretou na vida as Escrituras. Visto que ontem, segundo domingo de dezembro, comemora-se o dia da Bíblia, o que podemos aprender sobre a Bíblia a partir de Jesus?
No princípio era a Palavra... Desde sempre o grande problema do homem foi não dar ouvidos a Palavra de Deus. Foi assim que o mal entrou na história da humanidade e tornou o ser humano mais distante da Palavra da vida. Por isso é dito que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” – Paulo aos Romanos.
Foi dando ouvidos a serpente e negligenciando a Palavra que Adão introduziu a síndrome que acometeu todos os homens: negligência a Palavra. A negligência a Palavra permitiu a ascensão do poder da religião constantiniana e da perversão da mensagem do Evangelho. Por esta razão, urge a necessidade de voltar-se de todo o coração para a Palavra que produz vida. Pois é isso que é afirmado por Pedro ao ser perguntado se não abandonaria o mestre como os demais dentre a multidão: “Para quem iremos! Tu tens as palavras de vida eterna” (Jo 6.68).
Tornamo-nos cada vez mais o povo da Bíblia e cada vez menos gente da Palavra. Literariamente falando, somos identificados como o povo do livro. São Bíblias de todos os tipos distribuídas e vendidas por sociedades bíblicas e editoras. São estudos bíblicos semanais em igrejas, seminários sobre diversos temas, instituições teológicas em cada denominação e em muitas igrejas. Mas continuamos cada vez menos o povo da Palavra. Um fato me chamou à atenção há algum tempo ao ler um artigo sobre a distribuição de Bíblias na China que relatava o seguinte:
“Por que a Bíblia é tão importante para os chineses!
Quando o Partido Comunista Chinês assumiu o controle do país, em 1949, um de seus objetivos era eliminar as religiões. A Igreja Cristã foi violentamente perseguida – pastores foram denunciados e suas igrejas destruídas; muitos cristãos tiveram suas casas confiscadas, outros foram ridicularizados nas ruas. Milhares de crentes foram presos e muitos assassinados por causa da fé em Jesus, e suas bíblias foram queimadas. Muitos irmãos em Cristo arriscaram a própria vida para salvar suas bíblias, que se tornaram relíquias, verdadeiros tesouros. As poucas que restaram ficaram amassadas ou faltando páginas. Mesmo assim, elas passaram a ser copiadas a mão ou contra-bandeadas por cristãos de países vizinhos. O simples gesto de tocar numa bíblia tornou-se motivo de derramar lágrimas. Quando o governo comunista pensou que o cristianismo havia desaparecido, ele ressurgiu mais vivo do que nunca. Hoje, há 70 milhões de cristãos na China que, na sua maioria, se reúnem nas casas. Às vezes, por falta de espaço, os crentes ficam ajoelhados o culto inteiro. Os hinos são cantados apenas com o mexer dos lábios, para não chamar a atenção dos vizinhos. Sob a acusação de seguirem uma seita, ainda hoje muitos crentes são presos, alguns mortos e outros simplesmente ‘desaparecem’.”
Com certeza este não é o povo da Bíblia, mas o povo da Palavra. Pois todo o sacrifício demonstrado na narrativa pela preservação e aquisição do livro, só revela o amor que possuem pela Palavra. Pois a Palavra é demonstrada na vida e através da vida. Com respeito à Palavra não há discurso, curso ou tese; só há vivência, convivência e experiência. Por isso ela é viva! Ela é JESUS! Aleluia!!
Por estas e outras razões admoesto a você que se torne um homem-mulher da Palavra. É a palavra que produz vida com abundância e significado. É a Palavra que prepara a vida para a eternidade. É a Palavra que sustenta na tribulação e perseguição.
Viver a Palavra é viver Cristo. Ele é a Palavra que se fez carne, e habitou entre nós (Jo 1.14); nos ensinando como encarnar esta mesma Palavra em nosso viver.
Mais do que uma Bíblia na mão, tenha a Palavra (JESUS) no Coração!
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Nele, em quem sou e a quem sirvo!
Pr. Adriano Moreira