Assim, Compaixão e Graça podem ser dimensionadas, a partir do ensino de Jesus, em três momentos de suma importância, talvez, já elencados por outros escritores: Ver, sentir e agir. Ver no sentido de que é preciso aproximar-se daqueles que sofrem para compreender porque sofrem. Distante do sofrimento do próximo, aquém de suas dores, não conseguiremos perceber o quanto precisam de ajuda. Depois, é vital, que ao nos aproximarmos das pessoas, não só as olhemos, mas, de fato, nos esforcemos por sentir a sua dor, a sua angústia, a sua lástima, tal como Jesus que, “... ao ver as multidões, teve compaixão delas, porque estavam aflitas e desamparadas, como ovelhas sem pastor” (Mt 9:36). Compaixão e graça exigem que nos tornemos mais humanos!
Mas o último aspecto é a ação! Vejam que no texto de Lucas que elencamos, o samaritano olha para a situação, senti o momento difícil daquele ferido e decide agir. Ele para a sua viagem cuida das feridas, hospeda aquela pessoa e se predispõe a pagar se houvessem mais gastos. Penso que talvez a dimensão da ação seja hoje a mais difícil para muitos, pois ela, algumas vezes, exigirá tempo, num mundo onde as pessoas estão sem tempo para tudo, onde parece estarmos em uma maratona. Aquele samaritano precisou parar e dormir naquela estalagem; possivelmente ao se deter, quem sabe, ele possa ter perdido algum serviço, algum lucro no lugar para onde estava indo; mas o samaritano era alguém com um coração cheio de compaixão. Em último lugar, compaixão e graça exigirão também, algumas vezes, recursos; o samaritano gastou com aquele desconhecido. É interessante, que quando olho para o texto posso pensar que o samaritano ao parar para acolher gastou uma boa parte de seu recurso da viagem, para cuidar daquele homem, talvez, chegando ao seu limite de gastos, pois prometeu ao dono da estalagem, que se houvessem mais gastos na volta pagaria; posso, então, pressupor, que ele estava no limite de seus recursos, mas mesmo assim prometeu que quando voltasse, provavelmente com os recursos que ganharia trabalhando, pagaria mais alguma despesa, caso houvesse.
Foi assim que Jesus respondeu aquele doutor da lei! Que este texto nos encoraje e nos desafie a vivermos os princípios “compaixão e graça” de forma plena e abundante. Que nos ajude a investir mais tempo no relacionamento, acolhimento e cuidado de pessoas. Que nos motive a disponibilizar recursos para o avanço do Reino de Deus.
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Igreja Batista Jardim Brasil – Natal/RN
Pr. Valtenci Oliveira