top of page

“E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia ...” - Gênesis 3:8s

-----

Eles ouviram o passo do SENHOR Deus que passeava no jardim à brisa do dia e o homem e sua mulher se esconderam [fugiram] da presença do SENHOR Deus entre as árvores do jardim. O SENHOR Deus procurava o homem e dizia: "Onde estás?". Não há erro mais grosseiro do que esquecer o que você é e representa. É inegável que a vida é cercada de desafios, no entanto, jamais será vazia de significado. Não é vã a nossa existência. Há uma busca divina pela nossa vida! Deus te procura. Essa é a nossa dignidade. E ser investido de dignidade significa representar algo mais do que a nós mesmos.

O que somos afinal? Nós somos a aposta de Deus na história humana. A última trincheira na luta pela vida, pela dignidade e pela verdade. Somos, em profundidade, o amanhecer e o anoitecer, ou seja a oportunidade, o kairós, a carta e o perfume, o sal e a luz, a cidade e o monte, o semeador e a própria semente. Ser raso é não se lembrar quem é, não atender quem nos procura.  É ser luz e permanecer nas trevas; ser sal e perder o sabor do divino, do milagre. Erro grosseiro o nosso. Isso mesmo! Perder o tato enquanto realizamos os perigosos encargos exigidos de nós por Deus.

O Deus Eterno nos oferece como espetáculo, ao mesmo tempo, modelos e objetos de escárnio para o mundo. Olhando para nossa origem sentimos que trazemos em nós os tijolos para o arcabouço, e, no coração o nobre metal para forjar as portas do Reino de Deus, ainda neste mundo. A tarefa, embora seja monumental é paradoxalmente simples de ser realizada. Basta manter a  participação na obra de Deus, apesar do perigo e do desprezo.

Há uma absurda manobra, uma guerra sendo travada para a glorificação da corrupção do gênero humano, uma sangrenta batalha pela alma dos homens. Um inigualável esforço para isolar, afastar, anular, tornar o homem insípido, desprezível, raso e animalesco.   Uma guerra que é constante, particular e universal que aliena, desde o princípio, atravessa os séculos, geração após geração. "Onde estás?" Ainda é possível ouvir, mesmo no silêncio, lá no recôndito da alma esta pergunta.  Somente atentos ao fundamento da nossa existência é que podemos responder e, assim, sermos capazes de explicar que o homem é mais que o homem. Mais que um instrumento,  ferramenta ou veículo do divino; escolhido para ser o despenseiro da criação, o cooperador, alguém que ao realizar o finito, edifica o infinito, transforma a realidade, mesmo a ulterior.  Ao fazer o temporal constrói a cada passo o eterno. O homem é este sopro da atemporalidade que sempre deveria denunciar a efemeridade das coisas do mundo. Ser o suspiro e a promessa do eterno, pois a sua vida se relaciona e aponta intimamente para a eternidade. Por isso, a negação de quem ele é produz seu completo isolamento, o deixa sozinho, sem Deus e sem salvação. Se afastar, fugir ou se esconder é negar o que somos, e, isto significa um não absoluto para o Criador.

Jamais em toda a sua peregrinação se esqueça: o homem não está só, nem destinado a ficar perdido, porque há um Deus que o procura. Então, permita-se ser encontrado!

 

----

Alcançados pela Graça

C. F. Henriques

HÁ UM DEUS QUE O PROCURA

© 2016 Aqui nós temos a Bíblia como nosso Parâmetro.

bottom of page