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ESTRANHA ESPIRITUALIDADE! 

“E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam com alegria e singeleza de coração. Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E cada dia acrescentava-lhes o Senhor os que iam sendo salvos” At 2.46-47
“Todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus, o Cristo.” At 5.42
“Porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá cuidado da igreja de Deus?” I Tm 3.5
“Mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade.” I Tm 3.15
......
Vivemos um tempo onde uma estranha espiritualidade tem emergido no meio evangélico e saltado para fora dele. Por um lado, encontramos aqueles irmãos que desiludidos com algum problema vivido no seio da igreja local ao qual pertenciam ou, não concordando com algum procedimento da liderança da igreja, resolvem deixar a igreja institucional e serem discípulos de Jesus em casa, sem a necessidade do templo ou da comunhão da igreja. Outros por conta da conveniência, resolvem deixar de congregar acreditando não ser necessário congregar na comunhão de uma igreja, se isolam.

Temos um outro grupo, perigoso, que são aqueles que conseguem olhar para o Novo Testamento e não enxergam razões para fazerem parte de uma igreja institucional. Eles então, saem de suas congregações dizendo estarem livres das amarras institucionais e denominacionais tornando-se algozes da igreja de Cristo, mas quando menos se espera, formam outro grupo, em outro lugar que acaba por ser mais um grupo religioso. 

Estes grupos e outros com um perfil parecido, especialmente, na questão de não pertencerem a uma igreja ou instituição, são conhecidos hoje como “desigrejados ou sem igreja”. Eles vivem sua espiritualidade dizendo ser discípulos de Cristo, até amam a Cristo mas tem aversão a templo, a organização, a igreja, a oficiais da igreja. Pior do que isso, como vimos, é que os mais “entendidos”, dizem encontrar base no Novo Testamento para tal procedimento e conduta. Sinceramente! Eu não as encontro! 

Os textos bíblicos com os quais iniciei este ensaio, são só algumas das dezenas de referências neotestamentárias que demonstram que a igreja de Cristo é parte do propósito de Deus de resgatar o mundo. Uma espiritualidade que diz amar a Cristo mas ao mesmo tempo tem aversão a igreja é no mínimo inconsistente com os princípios e valores expressos de forma tão clara no Novo Testamento.

Faço coro com John Stott quando ao discorrer sobre os elementos essenciais a uma igreja autêntica, diz:

Para iniciar a consideração das marcas essenciais de uma igreja viva, faço três suposições. Em primeiro lugar, estou assumindo que estamos todos comprometidos com a igreja. Não somos só um povo cristão, somos também povo da igreja. Não estamos só comprometidos com Cristo, estamos também comprometidos com o corpo de Cristo. Pelo menos assim espero. Creio que nenhum dos meus leitores é aquela anormalidade grotesca, um cristão fora da igreja. O Novo Testamento não toma conhecimento desse tipo de pessoa, pois a igreja está colocada bem no centro do propósito eterno de Deus {...} Assim, o motivo pelo qual temos um compromisso com a igreja é que Deus tem esse compromisso. De fato, podemos estar insatisfeitos, até mesmo desiludidos, com alguns aspectos da igreja institucional. Mas mesmo assim estamos comprometidas com Cristo e sua igreja. (In: STOTT, A igreja autêntica, 2013, p.18) 

Concluo dizendo que nem o Novo Testamento, nem a história da igreja, nem os grandes teólogos do nosso século, ratificam ou defendem uma espiritualidade cristã que não seja integral. Tanto em nossa Cristologia quanto em nossa Eclesiologia inexiste a possibilidade de amarmos a cabeça que é Cristo e odiarmos o seu corpo que é a igreja. 

Deus nos ajude a vivermos uma espiritualidade que nos faça amar a Cristo, mas também amar a sua igreja e, servi ao mundo, servindo a Cristo na comunhão de uma igreja local. 
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Igreja Batista Jardim Brasil – Natal/RN
Pr. Valtenci Oliveira

ESPIRITUALIDADE INTEGRAL - PARTE VII

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