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ESPIRITUALIDADE E INTERIORIDADE?

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 Muitas vezes a espiritualidade é percebida pelo Ser humano apenas como algo restrito ao interior da alma. Uma dimensão que parece estar fechada em seu mundo. Mas a espiritualidade não corresponde apenas a parte encantada do Ser. Um aspecto apenas vivido em sua interioridade, sem ter muito valor externo. Ela é também um modo de ser e estar no mundo.


Espiritualidade não é apenas interioridade – como bem discutiu Marcos Orison Nunes de Almeida (2005. PP. 73-95) em seu artigo Mais que interioridade: uma proposta de espiritualidade integral, publicado no número 8 desta revista -, mas penso que ela tem na interioridade uma de suas importantes dimensões. E não me refiro aqui à “vida interior” apenas como modo de reclusão do mundo, mas como meio de melhor compreender-se no e de se relacionar com o mundo. Assim sendo, como na frase de Sócrates, quanto mais e melhor nos examinamos – e por Deus nos deixamos ser perscrutados – em nosso modo, estilo e razão de viver, mais substância e profundidade injetamos na maneira como encaramos a vida e nas decisões tomadas sobre como viver, para onde ir, quanto ao que é precioso, trivial ou vil, e assim por diante. (op. Cit. Jonathan Menezes, in: Fé Encarnada: por uma espiritualidade genuinamente integral, 2017, p. 23)      
 

Portanto, a espiritualidade deve, como vimos, ser vivida e compreendida, especialmente, na maneira em como nos relacionamos com a vida. É importante que ela não se limite a imanência, ou seja, aquilo que está apenas recluso ao Ser, mas que, sobretudo, ela se mostre de forma que transcenda a ele. 

Do ponto de vista de uma espiritualidade cristã, é imprescindível, que tanto em sua interioridade-subjetividade quanto em sua exterioridade, a espiritualidade sirva, não apenas como um modo de auto-reflexão, mas que se preocupe e se ocupe no relacionamento do Ser com Deus. É muito importante que a vivência de uma espiritualidade sadia desemboque em uma comunhão capaz de dar respostas as diversas demandas da vida.        

É assim que a espiritualidade cristã integral provocará uma revolução para o bem daqueles que se deixam ser moldados por ela. Espiritualidade é interioridade sim, mas bem mais que isso, é um jeito de ser e de se compreender na dinâmica do mundo e da vida.            

Por fim a espiritualidade relaciona o homem finito e impotente ao Deus único, infinito e poderoso em tudo. Até porque como diz o salmista “ a alma tem sede de Deus e tem pressa em se relacionar com ele”. Por isso, vivamos sim, uma espiritualidade em seu aspecto interior, na calmaria e na introspecção, mas não nos acomodemos, pois é possível e necessário vivermos também a exterioridade que nos faz mais próximos das pessoas, das coisas, da criação e nos contagia lançando-nos a cada vez mais próximo do Deus relacional.     

Deus nos ajude!     
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Igreja Batista Jardim Brasil – Natal/RN  
Pr. Valtenci Oliveira

ESPIRITUALIDADE INTEGRAL - PARTE V

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