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O fim do dualismo Alma X Corpo

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Tenho pontuado em meus escritos a impossibilidade de se dissociar o espiritual do material, isto é, o corpo do espírito ou alma.  De fato, isto só ocorrerá quando da morte do indivíduo. Enquanto isso o homem caminhará em sua peregrinação terrena como um único ser, dotado de capacidades incríveis introjetadas nele pelo Criador e Senhor de tudo, Deus.

        Entretanto, é perceptível que tanto a nossa teologia quanto nossa  religiosidade está impregnada e comprometida pelo dualismo platônico que  iniciado na antiguidade, ganhou força no período medieval, atravessou a Renascença e Modernidade e chegou até nós, causando não poucos prejuízos a Fé Cristã. Pensando nisso como desconstruir esse dualismo que faz com que a igreja pos-moderna divida corpo e alma e supervalorize os aspectos da alma em detrimento da realidade do corpo?

Que tipo de espiritualidade cristã devemos perseguir como igreja? A meu ver, simplesmente, uma espiritualidade que seja ao mesmo tempo transcendente e imanente, interior e exterior, que contemple o homem em sua totalidade e completude, sem dicotomias; que provoque uma revolução para o bem daqueles que a experimentam. Que desemboque não em uma fé teórica e essencial, mas numa Fé prática, encarnacional e missional. (In Fé Encarnada; Oliveira, 2017, p. 28)

                Assim, quando defendo o fim do dualismo alma X corpo, estou convencido de que a igreja ao se ver livre desta prisão, conseguirá com suas ações de compaixão e graça atingir o Ser humano todo e não em parte, pois o evangelho de Jesus discerne o homem como um ser integral que necessita de cuidado holístico e não parcial. Desta forma, quando alguém recorre aos discípulos de Jesus dizendo: “estou com fome”, não podemos dizer apenas: “vou orar por você”, mas precisamos de forma generosa e acolhedora alimentá-lo e, se possível, atuar nas causas que o levaram a tal situação, especialmente, seu distanciamento do salvador Jesus, pois ele mesmo é quem diz: “ Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes. Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos? Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim - Mateus 25.42-45.

                Livre-se do dualismo!

                Deus nos ajude!

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Igreja Batista Jardim Brasil – Natal/RN

Pr. Valtenci Oliveira

ESPIRITUALIDADE INTEGRAL - PARTE II

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