Jesus partiu com seus discípulos para os povoados de Cesareia de Filipe e, no caminho, perguntou a seus discípulos: “Quem dizem os homens que eu sou?” Eles responderam: “João Batista; outros, Elias; outros, ainda, um dos profetas”. “E vós”, perguntou ele, “quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “Tu és o Cristo”. Então, proibiu-os severamente de falar a alguém a seu respeito (Mc 8.27-30).
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Todos nós lemos algumas criticas quanto ao evangelho, todos nós lidamos todos os dias com os adeptos, e os não adeptos; com os fanáticos pró, e os fanáticos contra; com os de mensagens rala, e os de mensagens belas, teológicas, e cheias de argumentos; com os televangelistas manipuladores cristãos, e não cristãos; com os que uma hora dizem ser evangélico, e no outro já fui, hoje não sou mais; ou, não faço mais parte deste segmento.
A necessidade de se descolar daqueles que alguns dizem fazer parte dos sem credibilidade é tão grande, que muitos tem se embaraçado em suas respostas, tornando-se em alguns momentos “um rebelde sem causa”.
Jesus sabia o que falavam dele e de seus discípulos, mas em nenhum momento tenta se desvencilhar deles, pelo contrário Ele os instiga para ver suas reações, perguntando: “Quem dizem os homens que eu sou?” – sua pergunta nos faz sugerir que ele tinha suas razões para tal questionamento.
Precisamos esclarecer que ser evangélico envolve muitas coisas, principalmente o fato de estarmos sendo vistos, e julgados o tempo inteiro. Nossas ações e nossos passos sempre estão sendo vigiados por aquele que um dia usará contra nós o que fizemos de errado. Neste quesito quero dizer que para este não importa de qual movimento você faz parte, que pouco importa para ele, o porquê dele estar apontando o dedo para você, este não quer saber se você é protestante, crente, pentecostal, neopentecostal, reformado, avivado, ou tradicional. Os termos fragmentados na verdade só o levarão a dizer uma simples frase: “Ele(a) é crente! (Tom de julgamento)”
Todos que já ouvimos esta frase sabem, que ali residi um termo, que deseja nos deixar divididos quanto a nossa convicção, contudo neste momento vemos a pergunta de Jesus sendo respondida?
“Quem dizem os homens que eu sou?”
Para os que acham que conhecem o mundo cristão diriam: alguns destes são hipócritas, senão todos, já que quando falam não pronunciam o substantivo “crente” no singular, mas “crentes” no plural. Nós por sua vez diríamos que parecemos uma feira livre onde cada um faz o que quer, e da forma que quer; que, cada bancada tem disputado neste mercado livre o seu espaço, concorrendo, às vezes, com aqueles que possuem uma história linda de se ler, ver, e aplaudir.
No entanto a pergunta de Jesus nos faz pensar no tipo de produto que estamos apresentando, se tudo o que temos feito é aparente, não corporativo, sem diferença, pois entre nós, todos os dias, aparece a necessidade de sobreviver dos nossos missionários; dos nossos centros de recuperação; e das nossas congregações.
Alguém então diria: “Quem não tem competência não se estabelece”, digo irmãos que a pergunta de Jesus se faz, para que vejamos que eles concorrem conosco quando nos julgam, pois dizem-se serem melhores em suas ações, sem o dizer abertamente. Todavia não precisamos destes para esclarecer pra nós que existe, sim, uma rivalidade, e pouca cooperação entre nós – “Cada um por si”.
A resposta dos discípulos “...João Batista; outros, Elias; outros, ainda, um dos profetas...”, tal resposta nos afirma que eles não conseguiam esclarecer, que alguma coisa os impedia de ter uma convicção sobre quem Ele era. Ou seja, não acredito que sejam os nomes de nossas instituições que fazem as pessoas terem dúvidas sobre o que estamos pregando, mas nossas ações; não acredito que importe para os que estão nos vendo se somos batistas, presbiterianos, assembleianos, luteranos...mas se o nosso ponto de vista sobre a vida possui divergências que levarão os outros a constranger-se.
É verdade que alguns de nós sentimo-nos constrangidos quanto ao que alguns cristãos evangélicos fazem, mas porque abandoná-los e jogá-los cada vez mais para o fundo do poço, quando eles estão no lugar certo, ou seja, no lugar de cura; no lugar de pessoas saradas; no lugar de pessoas libertas; no lugar de pessoas salvas. Ou não estão?
“E vós”, perguntou Ele, “quem dizeis que Eu sou?”
Pedro respondeu: “Tu és o Cristo”.
Pedro mesmo sendo impulsivo não teve dúvidas em sua resposta, sabe por quê? Porque o Mestre não sentia vergonha de estar com eles; não se importava quando “... estando Jesus em casa, à mesa, muitos publicanos e pecadores vieram para cear com Ele e seus discípulos. Quando os fariseus viram isso, perguntaram aos discípulos dele: “POR QUE CEIA O VOSSO MESTRE COM PUBLICANOS E PECADORES?” Mas Jesus, ouvindo, responde: “OS SÃOS NÃO NECESSITAM DE MÉDICO, MAS SIM, OS DOENTES... Pois NÃO VIM RESGATAR JUSTOS E SIM PECADORES” – Mt 9.10-13.
Quando nos olhamos no espelho percebemos que nos diferimos muito pouco uns dos outros, no olhar humano muito, mas na doutrina muito pouco.
Contudo todos acreditamos que a mensagem primeira do Evangelho consiste em tirar as almas das mãos de nosso inimigo.
Deus nos abençoe!
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Seu Servo!
Prof. William Paixão