"Toda árvore que meu pai celestial não plantou será arrancada" Mateus 15:13
----
No contexto da frase, supracitada, os discípulos são alvos das críticas dos fariseus por não cumprirem alguns preceitos e rituais da religião.
A vida cristã é pautada em relacionamento com Deus. Não pode ser vista como mera religiosidade, pois, a religião observa uma série de ritos que têm como objetivo agradar uma determinada "divindade". O nosso Deus não suporta os rituais. São incompatíveis com Ele, como já alertara o profeta Isaías (1:11-17). O evangelista Mateus registra aqui que o Cristo ensinou que Deus deseja ações concretas de verdadeira filiação e de relação sincera com Ele. Por isso o texto sugere que a árvore frívola com todos os seus galhos e raízes culturais e sociais da tosca religiosidade será arrancada da vida daqueles que recebem o Cristo. Também fica evidente que os preceitos criados pelos homens são ineficazes para conduzir o homem em sua plena espiritualidade, assim o Cristo chama os religiosos de "guias cegos" (v.14).
A superficialidade deve ser combatida, rejeitada, arrancada de nossa experiência cristã. A narrativa de Mateus revela: o que mancha, contamina, afasta o homem de Deus é o que brota do coração, ou seja, o que provém do seu interior, que têm raízes na alma, nos desejos mais profundos. Ser cristão é experimentar no âmago uma espiritualidade real, factual, autêntica. Mergulhar no oceano do Espírito das sagradas escrituras, e, não simplesmente flutuar ao observar apenas prescrições humanas.
----
Alcançados pela Graça
C. F. Henriques.