“Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só é que recebe o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis.” 1 Cor 9:24

 

Vou contar hoje alguns segredos que conservo comigo em meus arquivos pessoais. Não é possível alguém conhecer o outro totalmente, e, muito menos a si mesmo. Pois, mesmo involuntariamente, sempre escondemos, até de nós, algumas nuances.

 

Simplesmente não conseguimos perceber, ouvir ou discernir algumas coisas em nós. Há virtudes e defeitos, processos e acessos mentais e comportamentais que reprimimos, inventamos, reinventamos e representamos. Algumas subestimamos outras superestimamos.

 

Então, é por motivos como estes que nosso manual, a Bíblia, registra que feliz é o homem que não se condena naquilo que aprova. O que de fato aprovamos, faz de nós o que somos. Onde estiver o tesouro [aquilo que realmente importa] estará o coração. Sempre Deus nos enxerga através do que amamos e desejamos. O que amamos torna-se as lentes oftalmológicas para Deus nos ver.Em uma das cartas canônicas, o escritor sagrado, convencido de sua incapacidade e ainda superficial, embaçada, e empoeirada novidade de vida diz que é um homem miserável, medíocre corpo preso ao pecado, efêmera vida ligada à morte. O escritor inspirado, afirma com deliberada expressão de firmeza que, ele mesmo, é o principal dos pecadores. Crua realidade. Alusão ao fato de que todos enfrentam uma cruel luta consigo mesmo, e, assevera que todos enfrentam isso e devem fazê-lo com destreza, habilidade e disciplina.

 

Ao puxar de seu fichário de lembranças o escritor fala sobre os atletas que correm nos estádios, sua capacidade é aprimorada pelo treinamento, pelo esforço contínuo. O atleta chega a esmurrar o próprio corpo e reduzi-lo a escravidão, diz ele, para que sua vida não seja apenas um discurso, mas um exemplo de abnegação, renúncia e piedade. Sob pena de não chegar, sequer, a linha de chegada e ter corrido em vão.

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Alcançados pela Graça

C. F. Henriques